Especial Mari Scotti
Orelha do Livro HĂbrida
Sugando o ar de seus pulmões, agarrando-se Ă sua memĂ³ria como quem a empurra de volta a lembranças ruins. (...)
Suas pernas tocaram em algo e ela recuou alguns passos, esbarrando em alguĂ©m, soube, pois sentiu a respiraĂ§Ă£o em sua nuca, fria, arrepiando toda a sua pele. (...)
Ergueu a mĂ£o para tocar a sombra, mas esta ficou maior e parecia avançar em sua direĂ§Ă£o. Com um gesto rĂ¡pido puxou a mĂ£o para si, andando em passo acelerado no sentido inverso. (...)
Parou abruptamente e a sombra se chocou contra suas costas. Era fria e pesada, exatamente como em seus pesadelos. A ruiva girou em seu prĂ³prio eixo encarando o que pensava ser o rosto de seu perseguidor. Ergueu o queixo, corajosa e da neblina um par de olhos verdes a encararam. Ele avançou alguns passos, olhando-a com assombro e, ao ter certeza de quem era, ela gritou.
Orelha do Livro GuardiĂ£o
Ele manteve os olhos fixos nos dela enquanto desabotoava o punho da camisa e dobrava a manga atĂ© a altura do cotovelo. Ellene engoliu a saliva, incapaz de qualquer outro movimento a nĂ£o ser olhĂ¡-lo.― Beba um pouco, assim elas vĂ£o se esconder. – Proferiu baixo, rouco. Apesar de parecer um ato natural para ele, percebeu que sua respiraĂ§Ă£o estava ficando tĂ£o agitada quanto a dela. ApĂ³s a sugestĂ£o, ele levou o pulso a boca e o feriu com suas presas, fazendo uma breve careta pela dor. Ofereceu-o a ela, repetindo convidativo logo que o tocou em seus lĂ¡bios. – Beba.
A princĂpio o constrangimento a impediu de fazer qualquer coisa. Encarava aqueles olhos verdes familiares com medo e ansiedade (...).
Ainda o encarando, entreabriu os lĂ¡bios e como que entendendo o convite, ele colocou o pulso sobre eles mais uma vez. (...) O sabor era doce, diferente do que imaginou, com um toque cĂtrico como o aroma dele. Seu corpo estremeceu quando repetiu o gesto, ganhando um gole encorpado do liquido.